terça-feira, 20 de março de 2012

NO BANHEIRO QUE EU ...



 
    O Banheiro não é mais um alpendre. Não é mais um úmido e pequeno alpendre.Um pequeno e úmido alpendre afastado por sua intrínseca imundice,ganha, cada vez mais, luxuosas e glamorosas importância nos lares e nas familias. É onde as pessoas refugiam-se e exilam-se en seu eu. Numa relação, ela com ela mesma, no banheiro que as pessoas,diante do espelho,  fazem caretas, contorcem-se de diversas formas e jeitos,seu rosto num íntimo exercicio de auto experimentação facial ... Até arriscam, elas com elas mesmas, num díalogo, eu com eu mesmo, sem temerem serem chamadas de loucas, travam uma conversa, mais ou menos demorada... É no banheiro que as pessoas se despem e se vestem. É no banheiro que elas, nuas em todos os sentidos, protegidas de olhares alheios seja quem for esse alheio, confere e analisa sua aparência. No Banheiro. No espelho do banheiro as pessoas são o que são, onde elas exercitam seu eu, aquele eu que fora do banheiro, é tranvestido de desejo ou de um outro eu qualquer.
    Fora do banheiro a pessoa é UM DESEJO. Fora do banheiro, elas são aquilo que elas desejam ser ou o que as pessoas desejam que elas sejam, ou ainda ou exercitam um conveniente desejo, menos aquilo que elas necessariamente são .
   Ficar diante do espelho fazendo caras e bocas, conferindo e examinando sua aparência mais do que preservar uma intimidade, uma indentidade e um eu, tem um grande ar de proibido, de escondido, de velar e esconder e proteger seu eu maior. Há um inconsciente ar de gosto de coisas ou das coisas escondidas e proibidas ...

SEU ROSTO É A SUA CARA ...



              Sua história e identidade está em seu rosto. Seu rosto é seu documento de indentidade .Seu rosto diz suas emoções e suas sensações,seu ânimo e seu espirito ...Uma expressão facial é muito fácil de ser captada o quanto é dificil de ser evitada . Somos constituidos de emoções,sensações e sentimentos numa revelia que ...
              A evocação de uma modo de ser e  unicidade de uma pessoa,assim como sua identificação está dada pelo seu rosto. É possível falar de um olhar e de olhares. De um olhar inocente ou um olhar malicioso. De um olhar perdido e vago e de uma olhar penetrante. De um olhar apaixonado e de um olhar cheio de ódio ...É possível saber de um olhar. Pode- se saber, onde está um olhar e o olhar, mas é quase impóssível saber o que um olhar enxerga e se enxerga. É possível ...
             Certa vez, num povo tradicional Africano,um fotógrafo flagrou uma mulher nua, imediatamente tal mulher escondeu seu rosto com as mãos e folhas, deixando todo resto do corpo a mostra e a vista, principalmente a vista das lentes do fotógrafo. Seios, pernas e vagina são orgãos anônimos, toda e qualquer mulher os possuem, mas aquele rosto não. Aquele rosto é sua  história, sua personalidade, seu presente e sua identidade. Aquele rosto é único e é dela, identidade e propriedade unicamente dela. Nele, seu rosto é seu eu e de mais ninguém. Em qualquer outra sociedade, dita moderna, um mulher nessa mesma situação e flagrante  sem dúvida alguma e com toda a certeza, imediatamente, movida por pudores morais e religiosos sexuais, cobriria seu sexo e seus seios, deixando seus rosto todo a mostra e as vista de olhares e do olhar da lente fotográfica ...O rosto diz uma unicidade, uma individualidade e uma história. É o rosto que diz : VOCÊ, é você e não uma outra pessoa ....Seu rosto é seu eu.